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DOSAGEM DE ALBUMINA COMO DIAGNOSTICO PARA DESNUTRIÇÃO

PROTEICO-ENERGETICO DEPACIENTES EM HEMODIALISE DA CIDADE

DE PARACATU-MG.

Albumin as a diagnosis for malnutrition protein-energy of hemodialysis patients
city Parcatu- MG.

                                                           Izadora Oliveira Macêdo.

Resumo:
A prevalência      de   desnutrição     protéico-energético   em   pacientes     com
insuficiência renal crônica submetidos à terapia de hemodiálise é elevada.
Dentre os diversos parâmetros disponíveis para a avaliação do estado
nutricional, a albumina tem sido o mais comumente utilizado para este fim.
Será avaliado o perfil de 68 pacientes, que passarem pelo processo de diales
entre o perido de janeiro de 2010 e dezembro de 2010. Onde será avaliado os
níveis de albumina, creatinina e colesterol. Espera se que a grande maioria
destes pacientes apresente quadros de desnutrição protéico energética, , pois
pacientes mantidos em hemodiálise crônica apresentam redução da massa
muscular e as concentrações séricas de albumina se correlacionam
diretamente com a creatinina.


Termos de indexação:        albumina sérica; desnutrição protéico- energético.


ABSTRACT:     The prevalence of protein-energy malnutrition in patients with
chronic renal failure undergoing hemodialysis therapy is high. Among the
different parameters available for assessment of nutritional status, albumin has
been the most commonly used for this purpose. Will be assessed the profile of
68 patients who pass through the process of the period of a dialer between
January 2010 and December 2010. Where will be assessed the levels of
albumin, creatinine and cholesterol. It is expected that the vast majority of these
patients present energy protein malnutrition, because patients maintained on
chronic hemodialysis have reduced muscle mass and serum albumin correlated
directly with creatinine.
INTRODUÇÃO


      A desnutrição protéico-energética é um achado freqüente em pacientes
com Doença Renal Crônica (DRC) em diálise e está associada à perda de
peso, à depleção energética e ao hipercatabolismo protéico. A prevalência da
desnutrição nessa população é elevada e, dependendo do parâmetro utilizado,
pode variar de 10% a 70%. Sua etiologia é multifatorial, sendo a ingestão
alimentar insuficiente, o catabolismo aumentado, as alterações hormonais, a
inflamação e as doenças associadas os principais fatores causais (CALADO et
al,2009).
      A Insuficiência Renal Cronica(IRC), pode ser definida como um declínio
abrupto da função renal, caracterizado por uma diminuição da filtração
glomerular.   A    incidência   e   a   prevalência   da   IRC,      tem   aumentado
progressivamente, a cada ano, em “proporções epidêmicas”, no Brasil e em
todo o mundo. No Brasil, em janeiro de 2006 a prevalência de pacientes em
diálise por milhão da população (pmp) era de 383, tendo tido um aumento
médio no número absoluto de pacientes de cerca de 9% nos últimos anos
( SESSO, 2006). Pacientes com insuficiência renal crônica em programa de
hemodiálise sofrem, com frequência, de anormalidades nutricionais.O impacto
da desnutrição sobre a morbidade e mortalidade desses pacientes tem sido
amplamente estudado. Vários estudos demonstraram que a baixa adequação
de peso e a reduzida concentração sérica de albumina e colesterol aumentam
o risco de mortalidade nessa população ( VALENZUELA et al,2003).
      Avaliar corretamente o estado nutricional destes pacientes é um aspecto
de fundamental importância. Diante disto, além de métodos subjetivos, como a
avaliação subjetiva global, tem-se utilizado métodos objetivos, como a
antropometria     e   marcadores    bioquímicos   para     avaliar    a    desnutrição.
Concentrações séricas de albumina, pré-albumina, transferrina e fator de
crescimento1, são usadas para avaliar o estado nutricional de pacientes em
hemodiálise; no entanto, a albumina é o marcador mais comumente utilizado
para este fim. Razões para isso, incluem a facilidade com que esta proteína
pode ser medida e o poder da albumina como determinante de eventos clínicos
nesta população.
Albumina
      A albumina é a mais abundante proteína plasmática, perfazendo um total
de 50% das proteínas totais do soro humano. Comparada a outras proteínas,
ela é uma molécula relativamente pequena, formada por uma cadeia de 584
aminoácidos, ela também desempenha um papel importante na manutenção do
equilíbrio ácido-básico. Resíduos de histidina presentes na estrutura da
albumina, por terem um pKa em torno de 7,4, conferem a ela uma função de
tamponamento em situações de acidose metabólica, enquanto que na vigência
de alcalose metabólica, ela também exerce função tampão, já que é capaz de
liberar seus íons hidrogênio11. Além disso, a albumina está envolvida no
transporte de uma ampla variedade de substâncias fisiológicas: moléculas
lipossolúveis como os ácidos graxos de cadeia longa, hormônios como a
tiroxina, o cortisol e a aldosterona e pequenos íons como o cálcio, o cobre, o
níquel e o zinco.
      O fígado é o único órgão capaz de sintetizar albumina. Cerca de 12% a
20% da capacidade de síntese hepática é disponibilizada para a síntese desta
proteína, produzindo diariamente 150mg a 250mg de albumina por kilograma
de peso corporal em indivíduos saudáveis.A ingestão alimentar insuficiente
causa uma redução de 50% na síntese hepática de albumina logo nas
primeiras 24 horas. Isso persiste se essa situação se prolonga. O efeito da
ingestão alimentar deficiente tem um impacto maior sobre a síntese de
albumina que sobre a síntese das demais proteínas produzidas pelo fígado.


Medida da albumina sérica


      As concentrações séricas normais de albumina encontram-se entre 3,5g/
dL e 5,0g/dL. Entretanto, o método escolhido para realizar suas dosagens
exerce influência direta sobre o resultado obtido, e, portanto, sobre a análise
clínica realizada a partir deste dado. O método mais amplamente utilizado é o
colorimétrico, pelo fato de o mesmo poder ser aplicado a todos os principais
sistemas analíticos. Dentro deste método, destacam-se duas técnicas: o
vermelho de bromocresol e o verde de bromocresol. Numerosos trabalhos
mostraram que ambas as técnicas têm pouca precisão, de forma que as
concentrações de albumina podem ser subestimadas quando do uso do
vermelho de bromocresol ou superestimadas quando do uso do verde de
bromocresol14. Na prática clínica, o método freqüentemente utilizado é o verde
de bromocreso.
      Fatores que influenciam as concentrações séricas de albumina são:
alterações na distribuição dos fluidos corporais, condição de hidratação, perdas
corporais e taxas de síntese e catabolismo. Sob condições normais, a albumina
é perdida através das paredes dos vasos para o compartimento extravascular,
mas a maioria retorna ao compartimento intravascular pelo sistema linfático.
Alterações na permeabilidade vascular, como aquelas que ocorrem na vigência
de um processo inflamatório, resultam na perda de albumina do espaço intra
para o extravascular, implicando em uma rápida queda nos seus níveis séricos.

METODOLOGIA

      No presente estudo, de natureza descritiva, será avaliado 68 pacientes
(32 homens e 26 mulheres) do centro de diálise existente na cidade de
Paracatu- MG, no período de janeiro a dezembro de 2010. Será utilizado como
critério de inclusão para participação: encontrar-se em programa regular de
hemodiálise três vezes na semana por, no mínimo três meses, possuir idade
igual ou superior a 18 anos e não ser portador de doenças, tais como câncer e
Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (AIDS).

      Para avaliação do estado nutricional de pacientes renais não existe
ainda um protocolo ideal, para tanto, recomenda-se a combinação de
parâmetros clínicos, antropométricos e bioquímicos, no intuito de melhorar a
precisão do diagnóstico nutricional. Assim, para o diagnóstico do estado
nutricional nesta população será utilizados parâmetros antropométricos,
parâmetros bioquímicos.

      Os dados socioeconômicos, demográficos e antropométricos serão
obtidos junto aos pacientes, e os exames bioquímicos e dados clínicos serão
coletados a partir dos prontuários dos pacientes. Os parâmetros bioquímicos
utilizados serão níveis séricos pré-dialíticos de albumina, creatinina e colesterol
total. Os dados serão obtidos por meio dos prontuários de cada paciente, com
a data mais próxima à avaliação antropométrica. Todos os exames serão
realizados rotineiramente pelos laboratórios do centro de diálise da cidade, na
primeira sessão hemodialítica da semana e sem recomendação para jejum.

RESULTADO E DISCUSSÃO

      A albumina é uma das variáveis mais freqüentemente utilizada nos
índices prognósticos. Numerosos estudos têm demonstrado uma associação
entre hipoalbuminemia e complicações em pacientes hospitalizados. Espera-se
do presente estudo que estes pacientes em hemodiálise demonstrem um
quadro de desnutrição protéico-energetica, pois pacientes mantidos em
hemodiálise    crônica   apresentam   redução   da   massa   muscular      e    as
concentrações séricas de albumina se correlacionam diretamente com a
creatinina nesta população. Contudo, se a desnutrição for a única causa da
hipoalbuminemia observada nestes paciente em hemodiálise, poderá se
esperar que a suplementação nutricional seja efetivamente capaz de restaurar
os niveis de albumina nesta população, o que é de fato observado em outros
pacientes desnutridos que apresentam hipoalbuminemia.




Conclusão

      O valor prognóstico e/ou diagnóstico da albumina sérica em pacientes
submetidos à hemodiálise é atualmente um foco de discussões, já que as suas
concentrações podem sofrer influências de uma gama de condições clínicas e
nutricionais. Várias condições têm sido implicadas como o metabolismo da
albumina nos pacientes com insuficiência renal crônica e em terapia crônica de
hemodiálise.    Estas    condições,   independentemente,     refletem-se       nas
concentrações plasmáticas de albumina. Diante disso, na avaliação do estado
nutricional dessa população, a medida da albumina sérica deve ser
considerada somente frente a uma avaliação das condições que possam
alterar seus níveis séricos, como a ingestão alimentar, a hipervolemia, a
acidose metabólica e o estado inflamatório.

      Portanto, esta população necessita de maior atenção social, clínico e
nutricional, com medidas a serem desenvolvidas prioritariamente desde o início
do tratamento no intuito de, senão prevenir, minimizar a deterioração do estado
nutricional que promove desfechos não favoráveis.




REFERÊNCIAS

CALADO et al; Diagnóstico nutricional de pacientes em hemodiálise na
cidade de São Luís (MA). Rev.Nutr. vol.22 no.5 Campinas,2009.

SANTOS et al; Albumina sérica como marcador nutricional de pacientes
em hemodiálise. Rev. Nutr. vol.17 no.3 Campinas, 2004.

VALENZUELA et al; Estado nutricional de pacientes com insuficiência
renal crônica em hemodiálise no Amazonas. Rev. Assoc. Med.
Bras. vol.49 no.1 São Paulo, 2003.

SESSO R.; Epidemiologia da Doença Renal Crônica no Brasil e sua
Prevenção. Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde de
São Paulo, São Paulo 2006.

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Dosagem de albumina como diagnostico para desnutrição protéico

  • 1. DOSAGEM DE ALBUMINA COMO DIAGNOSTICO PARA DESNUTRIÇÃO PROTEICO-ENERGETICO DEPACIENTES EM HEMODIALISE DA CIDADE DE PARACATU-MG. Albumin as a diagnosis for malnutrition protein-energy of hemodialysis patients city Parcatu- MG. Izadora Oliveira Macêdo. Resumo: A prevalência de desnutrição protéico-energético em pacientes com insuficiência renal crônica submetidos à terapia de hemodiálise é elevada. Dentre os diversos parâmetros disponíveis para a avaliação do estado nutricional, a albumina tem sido o mais comumente utilizado para este fim. Será avaliado o perfil de 68 pacientes, que passarem pelo processo de diales entre o perido de janeiro de 2010 e dezembro de 2010. Onde será avaliado os níveis de albumina, creatinina e colesterol. Espera se que a grande maioria destes pacientes apresente quadros de desnutrição protéico energética, , pois pacientes mantidos em hemodiálise crônica apresentam redução da massa muscular e as concentrações séricas de albumina se correlacionam diretamente com a creatinina. Termos de indexação: albumina sérica; desnutrição protéico- energético. ABSTRACT: The prevalence of protein-energy malnutrition in patients with chronic renal failure undergoing hemodialysis therapy is high. Among the different parameters available for assessment of nutritional status, albumin has been the most commonly used for this purpose. Will be assessed the profile of 68 patients who pass through the process of the period of a dialer between January 2010 and December 2010. Where will be assessed the levels of albumin, creatinine and cholesterol. It is expected that the vast majority of these patients present energy protein malnutrition, because patients maintained on chronic hemodialysis have reduced muscle mass and serum albumin correlated directly with creatinine.
  • 2. INTRODUÇÃO A desnutrição protéico-energética é um achado freqüente em pacientes com Doença Renal Crônica (DRC) em diálise e está associada à perda de peso, à depleção energética e ao hipercatabolismo protéico. A prevalência da desnutrição nessa população é elevada e, dependendo do parâmetro utilizado, pode variar de 10% a 70%. Sua etiologia é multifatorial, sendo a ingestão alimentar insuficiente, o catabolismo aumentado, as alterações hormonais, a inflamação e as doenças associadas os principais fatores causais (CALADO et al,2009). A Insuficiência Renal Cronica(IRC), pode ser definida como um declínio abrupto da função renal, caracterizado por uma diminuição da filtração glomerular. A incidência e a prevalência da IRC, tem aumentado progressivamente, a cada ano, em “proporções epidêmicas”, no Brasil e em todo o mundo. No Brasil, em janeiro de 2006 a prevalência de pacientes em diálise por milhão da população (pmp) era de 383, tendo tido um aumento médio no número absoluto de pacientes de cerca de 9% nos últimos anos ( SESSO, 2006). Pacientes com insuficiência renal crônica em programa de hemodiálise sofrem, com frequência, de anormalidades nutricionais.O impacto da desnutrição sobre a morbidade e mortalidade desses pacientes tem sido amplamente estudado. Vários estudos demonstraram que a baixa adequação de peso e a reduzida concentração sérica de albumina e colesterol aumentam o risco de mortalidade nessa população ( VALENZUELA et al,2003). Avaliar corretamente o estado nutricional destes pacientes é um aspecto de fundamental importância. Diante disto, além de métodos subjetivos, como a avaliação subjetiva global, tem-se utilizado métodos objetivos, como a antropometria e marcadores bioquímicos para avaliar a desnutrição. Concentrações séricas de albumina, pré-albumina, transferrina e fator de crescimento1, são usadas para avaliar o estado nutricional de pacientes em hemodiálise; no entanto, a albumina é o marcador mais comumente utilizado para este fim. Razões para isso, incluem a facilidade com que esta proteína pode ser medida e o poder da albumina como determinante de eventos clínicos nesta população.
  • 3. Albumina A albumina é a mais abundante proteína plasmática, perfazendo um total de 50% das proteínas totais do soro humano. Comparada a outras proteínas, ela é uma molécula relativamente pequena, formada por uma cadeia de 584 aminoácidos, ela também desempenha um papel importante na manutenção do equilíbrio ácido-básico. Resíduos de histidina presentes na estrutura da albumina, por terem um pKa em torno de 7,4, conferem a ela uma função de tamponamento em situações de acidose metabólica, enquanto que na vigência de alcalose metabólica, ela também exerce função tampão, já que é capaz de liberar seus íons hidrogênio11. Além disso, a albumina está envolvida no transporte de uma ampla variedade de substâncias fisiológicas: moléculas lipossolúveis como os ácidos graxos de cadeia longa, hormônios como a tiroxina, o cortisol e a aldosterona e pequenos íons como o cálcio, o cobre, o níquel e o zinco. O fígado é o único órgão capaz de sintetizar albumina. Cerca de 12% a 20% da capacidade de síntese hepática é disponibilizada para a síntese desta proteína, produzindo diariamente 150mg a 250mg de albumina por kilograma de peso corporal em indivíduos saudáveis.A ingestão alimentar insuficiente causa uma redução de 50% na síntese hepática de albumina logo nas primeiras 24 horas. Isso persiste se essa situação se prolonga. O efeito da ingestão alimentar deficiente tem um impacto maior sobre a síntese de albumina que sobre a síntese das demais proteínas produzidas pelo fígado. Medida da albumina sérica As concentrações séricas normais de albumina encontram-se entre 3,5g/ dL e 5,0g/dL. Entretanto, o método escolhido para realizar suas dosagens exerce influência direta sobre o resultado obtido, e, portanto, sobre a análise clínica realizada a partir deste dado. O método mais amplamente utilizado é o colorimétrico, pelo fato de o mesmo poder ser aplicado a todos os principais sistemas analíticos. Dentro deste método, destacam-se duas técnicas: o vermelho de bromocresol e o verde de bromocresol. Numerosos trabalhos mostraram que ambas as técnicas têm pouca precisão, de forma que as concentrações de albumina podem ser subestimadas quando do uso do
  • 4. vermelho de bromocresol ou superestimadas quando do uso do verde de bromocresol14. Na prática clínica, o método freqüentemente utilizado é o verde de bromocreso. Fatores que influenciam as concentrações séricas de albumina são: alterações na distribuição dos fluidos corporais, condição de hidratação, perdas corporais e taxas de síntese e catabolismo. Sob condições normais, a albumina é perdida através das paredes dos vasos para o compartimento extravascular, mas a maioria retorna ao compartimento intravascular pelo sistema linfático. Alterações na permeabilidade vascular, como aquelas que ocorrem na vigência de um processo inflamatório, resultam na perda de albumina do espaço intra para o extravascular, implicando em uma rápida queda nos seus níveis séricos. METODOLOGIA No presente estudo, de natureza descritiva, será avaliado 68 pacientes (32 homens e 26 mulheres) do centro de diálise existente na cidade de Paracatu- MG, no período de janeiro a dezembro de 2010. Será utilizado como critério de inclusão para participação: encontrar-se em programa regular de hemodiálise três vezes na semana por, no mínimo três meses, possuir idade igual ou superior a 18 anos e não ser portador de doenças, tais como câncer e Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (AIDS). Para avaliação do estado nutricional de pacientes renais não existe ainda um protocolo ideal, para tanto, recomenda-se a combinação de parâmetros clínicos, antropométricos e bioquímicos, no intuito de melhorar a precisão do diagnóstico nutricional. Assim, para o diagnóstico do estado nutricional nesta população será utilizados parâmetros antropométricos, parâmetros bioquímicos. Os dados socioeconômicos, demográficos e antropométricos serão obtidos junto aos pacientes, e os exames bioquímicos e dados clínicos serão coletados a partir dos prontuários dos pacientes. Os parâmetros bioquímicos utilizados serão níveis séricos pré-dialíticos de albumina, creatinina e colesterol total. Os dados serão obtidos por meio dos prontuários de cada paciente, com a data mais próxima à avaliação antropométrica. Todos os exames serão
  • 5. realizados rotineiramente pelos laboratórios do centro de diálise da cidade, na primeira sessão hemodialítica da semana e sem recomendação para jejum. RESULTADO E DISCUSSÃO A albumina é uma das variáveis mais freqüentemente utilizada nos índices prognósticos. Numerosos estudos têm demonstrado uma associação entre hipoalbuminemia e complicações em pacientes hospitalizados. Espera-se do presente estudo que estes pacientes em hemodiálise demonstrem um quadro de desnutrição protéico-energetica, pois pacientes mantidos em hemodiálise crônica apresentam redução da massa muscular e as concentrações séricas de albumina se correlacionam diretamente com a creatinina nesta população. Contudo, se a desnutrição for a única causa da hipoalbuminemia observada nestes paciente em hemodiálise, poderá se esperar que a suplementação nutricional seja efetivamente capaz de restaurar os niveis de albumina nesta população, o que é de fato observado em outros pacientes desnutridos que apresentam hipoalbuminemia. Conclusão O valor prognóstico e/ou diagnóstico da albumina sérica em pacientes submetidos à hemodiálise é atualmente um foco de discussões, já que as suas concentrações podem sofrer influências de uma gama de condições clínicas e nutricionais. Várias condições têm sido implicadas como o metabolismo da albumina nos pacientes com insuficiência renal crônica e em terapia crônica de hemodiálise. Estas condições, independentemente, refletem-se nas concentrações plasmáticas de albumina. Diante disso, na avaliação do estado nutricional dessa população, a medida da albumina sérica deve ser considerada somente frente a uma avaliação das condições que possam alterar seus níveis séricos, como a ingestão alimentar, a hipervolemia, a acidose metabólica e o estado inflamatório. Portanto, esta população necessita de maior atenção social, clínico e nutricional, com medidas a serem desenvolvidas prioritariamente desde o início
  • 6. do tratamento no intuito de, senão prevenir, minimizar a deterioração do estado nutricional que promove desfechos não favoráveis. REFERÊNCIAS CALADO et al; Diagnóstico nutricional de pacientes em hemodiálise na cidade de São Luís (MA). Rev.Nutr. vol.22 no.5 Campinas,2009. SANTOS et al; Albumina sérica como marcador nutricional de pacientes em hemodiálise. Rev. Nutr. vol.17 no.3 Campinas, 2004. VALENZUELA et al; Estado nutricional de pacientes com insuficiência renal crônica em hemodiálise no Amazonas. Rev. Assoc. Med. Bras. vol.49 no.1 São Paulo, 2003. SESSO R.; Epidemiologia da Doença Renal Crônica no Brasil e sua Prevenção. Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, São Paulo 2006.